quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Escravos do Neoliberalismo

Por várias vezes fui questionado da minha escolha em abandonar a faculdade de engenharia automobilística - eu disse a faculdade, não a paixão por automóveis, nem mesmo despresando a engenharia - e mergulhar de cabeça no curso superior de jornalismo, já que esta profissão não tem mais a obrigatoriedade de um diploma. Minhas respostas nunca fugiram do óbvio: "paixão", "ideal de vida", "necessidade de viver em um mundo mais culto" e "escrever engrandece e me dá prazer".

O real motivo sempre foi próximo à minha realidade e gosto pela leitura e a arte de escrever. Talvez existam equívocos da parte dos que me fizeram esse tipo de pergunta, em sua maioria.

Todo curso superior tem um propósito muito mais nobre que definir a profissão, é algo que aperfeiçoa as qualidades únicas de cada indivíduo, que direciona a vocação ao campo vizinho à perfeição e profissionalismo. Pra qualquer alienado ou irresponsável, não é mais que o lugar onde se recebe o diploma para trabalhar em algo que os permita comprar suas bugigangas. Não só a faculdade de jornalismo, é onde os verdadeiros diamentes são lapidados.

Para ser um jornalista não é necessário ter frequentado a univerdidade, nada ensima mais que trabalhar em uma redação, mas várias portas abertas surgem no meio universitário e a amplidão de pensamentos vem como algo natural, graças ao que estudamos.

Caros leitores, amigos e desconhecidos, viver em plena felicidade, realizando sonhos e tentando ser cada dia melhor e mais sábio, reconhecendo também a pequenez de nossos conhecimentos e, com isso, a grandeza de nossas almas e voraz capacidade de bater de nossos corações está intimamente ligado a valorizar quem sabe o que quer ou, pelo menos, o que não quer. Não quero ser um escravo do neoliberalismo que vive com as mãos atadas às costas, melhor ser flagelo do mundo e ter aval o Divino de ser quem eu sou.

13 comentários:

Anônimo disse...

Querido amigo avassalador... Voce já tem um bom começo para o sucesso... fazer o que gosta apaixonadamente... o resto vem com muito trabalho.
Adorei a frase do cabeçalho...

Anônimo disse...

Só não entendi o título "Escravos do Neoliberalismo".

Até mesmo porque Neoliberalismo é uma palavra muito genérica. Só sei que a culpa toda é do Neoliberalismo, eu nem sei quem é ele direito, mas tenho a certeza que é um verdadeiro filho da puta.

Quem exige diplomas é a burocracia. A realidade exige pessoas capacitadas, tenham elas educação formal ou não. E o diploma não é sinônimo de capacitação, é sempre possível enganar o sistema. O pior é que as vezes o sistema é uma enganação. Só não dá para enganar a realidade.

Naty disse...

acho que vc mudou para jornalismo pq Bh eh mtooooo melhor que SP rsrsr brincadeira!! acredito que vc agora faz o que gosta e isso é a chave para se ter sucesso na profissão!!
bjussss

Eduardo Zanetti disse...

Anônimo, você quase matou a charada. O caminho é esse, você só pulo uma parte. A burocracia, da forma como a conhecemos, é fruto do capitalismo, pai-mãe do neoliberalismo, e é aí que vem a "obrigatoriedade" do diploma na sociedade hodierna.

Unknown disse...

Olá Eduardo,
eu entendo perfeitamente o que diz. Também já troquei de faculdade.Um certo por outro um tanto quanto duvidoso, porém não há o que fazer quando o coração, e o desejo de atende-lo falam mais alto.
Parabens pela coragem, pelo blog e boa sorte.

um grande bjo
Camila

Dá um espiada no meu
www.expressaexpressao.blogspot.com

vou te seguir ok?acho que vc vale a pena =)

Anônimo de Sempre disse...

Hmmm, não exatamente!

A nossa burocracia exige diplomas para que haja uma construção social.

Assim as salas estão abarrotadas de alunos gerando empregos para os professores, que geram mão de obra para as empresas. Em teoria, no idealismo, seria um círculo virtuoso e crescente. Só que os professores são de meia pataca, os alunos e a mão de obra também, se torna um vício.

Para que o sistema se sustente faça-se a burocracia.

Países mais desenvolvidos não exigem tanto diploma quanto nosso. Conheço alguns casos de pessoas menos formalmente qualificadas comandarem pessoas mais formalmente qualificadas em empresas alemães e japonesas. Exatamente porque não dependem de uma farsa social para sustentarem seu sistema.

Não tem muito a ver com capitalismo, tem a ver com engenharia social.

Veja só, desde quando eu comecei a estudar esse negócio de engenharia social, onde fazemos uma coisa para gerar outra e toda sociedade se desenvolver, apesar de parecer tão lógico sempre acabava num vazio, num beco sem saída.

Está na Bíblia: Mesmo que distribua todo meu dinheiro entre os pobres, e doe meu corpo para ser queimado, SEM AMOR DE NADA ADIANTARIA.

Meu amigo, não entre de cabeça nessa briga capitalista-anti-capitalista. Você só vai perder tempo e neurônios, passar raiva e acabar virando um alienado repetidor de clichês.

Não perca tempo com os galhos, ataque o tronco. E no tronco está homem, a natureza humana, cheia de defeitos e virtudes. Entender isso é uma questão de realismo, e todo idealismo dará com burros n'água.

Marcelo True. disse...

que legal, também sou estudante de jornalismo, faço quinto período.
No fundo, o melhor profissional é sempre o mais apaixonado pela sua profissão,e vice-versa

:D

muito legal o blog

Eduardo Zanetti disse...

Não tem nada a ver com briga capitalista-anti-capitalista, muito menos atacar o o ser humano, sempre único e, como você também disse, cheio de virtudes e defeitos, vai resolver alguma coisa.

O idealismo é uma doutrina que afirma ser uma REALIDADE essencialmente espiritual ou intelectual. Dar com os burros n'água é nunca sonhar, planejar ou almejar o ideal.

Eduardo Zanetti disse...

Ei Marcelo True, muito bacana ter gostado do blog. Como todos sabemos jamais se agrada a gregos e troianos, fazemos apenas o possível.

Gostei muito do seu blog também e da sinceridade com que escreve. Nos vemos por aí, vou te seguir, companheiro. Muito obrigado pela atenção.

Eduardo Zanetti disse...

Camila, trocar de faculdade não é apenas um ato de coragem, é, antes de tudo, ser sincero consigo mesmo. Adorei ver em seu perfil que é atriz, show de bola! Nos seguimos por aí. =*

A Rosa disse...

Eu fui umas das que perguntei porque Jornalismo? Fez a escolha certa, santa hora que abriu os olhos, danem-se diplomas, precisamos de jornalistas bons e conscientes e irá se destacar por isso. Tenho em mim, você sabe, a ambição pelo teatro e o dom da arte do "corte e costura" nas mãos. No meu caso é um eterno conflito que vou tentar superar após alguns anos de estudos e trabalho árduo fazendo meus pacientes rirem com ensaios teatrais. Agindo assim conseguirei ser sincera comigo mesma como você.

Abraço.

Crisneive Silveira disse...

Fazer o que se gosta pela simples satisfação pessoal acaba se tornando o meio mais fácil para se progredir profissionalmente. Acredito que, independente de mercado de trabalho, status e todas as outras coisas que envolvem a escoha do curso universitário, está a vocação (pelo menos deveria). E, fazer algo bem e ter prazer naquilo, irá garantir ao menos que a pessoa seja um profissional valorizado.

Parabéns pelo blog. ;)

Anônimo de Sempre disse...

Em grego guerra é polemika ou polemion, algo assim. Causar polêmica é decretar guerra. Ainda que uma guerra de palavras. Então quando acusa o capitalismo ou o neoliberalismo está gerando polêmica, ou polemika no sentido grego. Guerra não é para crianças, guerra é para matar ou morrer. Se não estiver preparado para guerra restará a morte.

A única semelhança de idéias com o espírito é que ambos são abstratos. O espírito tem dimensões incompreensíveis, não se entende mas se vive. O espírito é o que nos move.

A idéia é só um retalho, limitado, dentro de nossa cabeça.

Idéias não geram espírito. No máximo geram um demôniozinho. O que nós não compreendemos totalmente não pode estar subordinado a nossa colcha de retalhos abstrata chamada de idéias.

O espírito pode se manifestar através de nossas idéias, mas ainda assim serão apenas retalhos do espírito costurados com nossa parca razão. Pois é para isso mesmo que servem as idéias, para costurar como bem entendemos. As vezes a combinação fica ruim e desfazemos tudo, as vezes a costura se rompe e temos que juntar tudo de novo. Mas um dia você olha para aquele monte de remendos e o espírito se alegra, então suas idéias refletirão o seu espírito.

O idealismo não faz nada mais do que subjugar o espírito. O retalho que nos dão é intocável, e nosso espírito é surrado a se conformar com ele.