segunda-feira, 16 de junho de 2008

HP

Mesmo aquele momento não mais me colocava medo. Tudo, apesar de desconhecido e ao mesmo tempo conhecido, ora clareavam, ora escureciam. Fugi de um bando de peles-vermelha e, ainda com empáfia, podia me dar ao luxo de parar um pouco e descansar enquanto as flechadas vinham certeiras. Mal recebia uma, atirava-a de volta. Nenhuma veio em cheio. Nenhuma jamais virá em cheio.

Aquele bando de seres estranhos vinham acompanhados de um fog ou de uma xícara de chocolate.
Integralmente, não se sabe de mais nada. Tangencía-se o mundo, dá-se os pontos críticos. Essa é a função da vida.

domingo, 15 de junho de 2008

No limite

"Todo dia você vai ao limite, dá a circunstâcia, e você pensa que tem um limite. Você vai ao limite, toca o limite, e você pensa: este é o limite. Assim que você toca esse limite, algo acontece em você, repentinamente você pode ir um pouquinho mais adiante, com a força da sua mente, sua determinação, seu instinto. A experiência é boa. Você pode voar muito alto."

Ayrton Senna da Silva

sábado, 14 de junho de 2008

Distante...

Com tantos motivos, com tanta coisa, podia ficar longe dela, para sempre. Só o céu nos separa, só a vida nos guia, nem Deus sabe pronde, eu, menos ainda.

Aqui no cais ficam meus navios, de proa ao mar, ancorados e prontos para partir. Lá não tem mar, lá não tem nada, lá encontro-me com minha alma, meu coração. Meu corpo, hoje, perdido num mar frio e cheio de rochedos, já pôde, por diversas vezes, encontrar o brilho das estrelas negras apenas olhando através das escotilhas desse alto barco, sepultado onde, os pracinhas, de braços cruzados, deixam de lado seus deveres e não protegem à ninguém.

O equador não somos nós, é uma dura batalha contra nós mesmos, contra nosso passado, futuro e à favor de outros que nem ao menos sabem quem somos. Navego para o norte e, depois de traspassados os dois mundos, mais uma longa jornada de mesma duração até meu porto-seguro.

Subo ao nono pico de uma cordilheira de catorze. Feliz. Mais feliz ao pé da serra, num pequeno degrau, recostado na pedra férrea que, coberta de neve, esconde o óxido de anos que ainda correm.

Flores

Se um dia eu abrir os braços, tenho medo de voar. Medo que o vento me leve a onde eu nunca fui, nunca pisei, ou jamais estarei.
Mas quem sabe o medo não passe. Pode ser uma tremenda aventura. Navios e canhões. Constelações e piratas na galáxia.
E talvez pousar num pequeno planeta, onde há apenas flores. Nem humanos, nem outras formas de vida. Apenas flores.
E se elas falassem?! Quem sabe elas me diriam que de longe observam a terra. E uma delas me pergunte o que há lá que a faz tão bonita.
Eu irei dizer que há homens, que há rios e oceanos.
E ela, talvez, torne a me perguntar o que há lá que a faz tão bonita?!
E eu direi que há animais selvagens e espécimes que o homem ainda nem ousou descobrir.
E novamente ela me fará a mesma pergunta.
Então responderei que há construções magníficas, muito maiores que o planeta das flores.
Enfim, perguntarei, quase sem paciência, o que faz aquele planeta onde ela vive tão bonito.. .
E ela me dirá: Flores, apenas flores.