sábado, 12 de abril de 2008


Sempre sonhado, aquele mundo tornou-se realidade. Tive a mesma sensação de, quando criança, pela primeira vez, pude pilotar uma bicicleta sem rodinhas auxiliares. Estava louco atrás de tudo, queria conhecer tudo em pouquíssimo tempo, queria ser, além de um espectador, um daqueles homens que olhavam para tudo e tinham aquilo como uma coisa normal.


Os carros, os boxes, pneus, bombas de combustível, correria e muito barulho. Ahhh, se esse dia fosse todo dia. Se todo dia pudesse ter esse magnetismo, seria tudo tão diferente.


Os sons, a luminosidade, cada detalhe, tudo marcante ao extremo, viraram tatuagem.


Podia sim botar tudo a perder, me enlouquecer e, num dia qualquer, do nono andar voar.


Quero esses dias todos os dias, quero essas horas na minha manhã. Quero esse sol de hoje em diante junto da chuva. Quero a chuva junto do sol.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

E a Vida é uma Caixinha de Surpresas...

Era uma vez três grandes amigos, os quais possuíam grande ideais. Compartilhavam juntos seus sonhos futuros, suas ambições, seus desejos, seus objetivos. Cada um com ideais diferentes, cada qual com o mesmo intuito: a permanência da forte a verdadeira amizade.

A convivência era praticamente diária, o entrosamento quase cirúrgico. Tanto que um sabia perfeitamente quando outro estava em apuros, passando por dificuldades que a vida lhes impõe todos os dias. E, juntos, venciam todas as batalhas. Tempo. O tempo passou, a vida passou, os dias passaram, o tempo passou. O tempo. Este mesmo tempo que ajuntou o "Trio Ternura" caprichosamente o esfacelou. Era tarde quando foram perceber isso. Assim como o Tempo, a Vida impôs aos três rumos diferentes, já imaginados, já idealizados, porém nunca fielmente acreditados.

Era difícil perceber que aquela amizade se tornaria uma prosaica memória de foto. Todos sabiam que este momento iria chegar, mas nenhum deles queria acreditar que isso tornaria-se verdade. Foi o que aconteceu. Entretanto, caro leitor, caso você ache que está tudo por um fio, engana-se completamente. Aquela amizade ainda persiste, mesmo que por suspiros cadavéricos. Tenha a certeza de que enquanto um tiver forças, todos permaneceram unidos. Lembrem-se: A batalha ainda não acabou.

O tempo

Le moulin gira. Le moulin vira. E o mundo gira.

Sobe, desce, e desce, e sobe. Não sei de onde vem esse vento, vento que move as pás e engrenagens tão pesadas do moinho.

Vivo preso nas pás, subo e desço, desço e subo. Vejo o longe, o perto, não vejo. Assim peço à meu grande Amigo: muitos dias mais pra minha vida, pra eu ver, ouvir, sentir, cantar, compor. Amar.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Dez meses

Aquele sorriso, aquelas palavras, aqueles gestos, tão ausentes nos últimos dez meses. A causa? O que mesmo? Ah, sim, uma briguinha boba. Por motivos idiotas. E agora volta tudo à tona. Tudo que estava debaixo de panos mornos durante os últimos dez meses.

O mesmo frio na barriga, o mesmo tremor nas mãos, a mesma ansiedade por uma resposta, a mesma satisfação, definitivamente, nada mudou.

E as pessoas gostam de dizer que o tempo cura tudo não é mesmo? Pois é, mas deixar para o tempo curar é a mesma coisa de varrer a sujeira pra debaixo do tapete, esconde, mas ela ainda existe. E a sujeirinha que eu varri pra debaixo do tapete ainda existe, ainda existe.

E os dez meses foram longos.
De muita angústia e sofrimento.
Dez meses.