terça-feira, 30 de dezembro de 2008

na China, me contaram assim

Rin encostou-se a porta dupla que dava no jardim e suspirou. Não tinha melhorado, a sensação de não pertencer àquele local só tinha piorado quando os convidados começaram a chegar.

A garota lançou um olhar triste as pessoas que conversavam e dançavam pelo salão antes de suspirar ‘ Se ao menos ele estivesse aqui ’ Ela lançou um olhar rápido em direção aos pais antes de sorrateiramente sair pelas portas duplas no frio ar da noite, abraçou o próprio corpo e esfregou os braços tentando se aquecer. ‘ Eu não deveria me sentir tão só apenas porque ele não está aqui... Não deveria ser tão difícil ’

Ela levantou a cabeça e olhou para o céu cheio de estrelas brilhantes, estremecendo ao sentir o vento frio em sua pele. Não deveria ser tão difícil, mas era. Ele tinha feito parte de sua vida por tanto tempo, sempre a seu lado, sempre conversando, sempre a apoiando a cada passo importante que ela tinha dado.

E agora ele tinha partido e a deixado para caminhar sozinha e tudo parecia tão absurdamente difícil. Mas sabia que conseguiria. ‘ Por ele... Para ele ’

- Sempre anti-social... – Uma conhecida voz masculina soou atrás da garota. Ela se virou para ver o rosto conhecido que sorria para ela – Imaginei que ao menos da sua própria festa você não fugiria.

- Sesshoumaru... – Ela sussurrou o nome dele e fechou os olhos pensando que aquilo não passava de uma ilusão. Ele havia ligado no dia anterior dizendo que não poderia se afastar da faculdade por causa das provas.

- Vai acabar ficando doente com esse vestido e no sereno, Rin – Ele tirou o paletó e colocou sobre os ombros da garota que voltou a abrir os olhos ao sentir o calor do corpo dele ainda no tecido.

- Você disse que não poderia vir... – Ela o viu sorri com suas palavras e sentiu o peso do braço dele sobre seus ombros – Eu pensei que tinha que estudar para as provas finais...

- Uma noite não fará diferença. – Ele deu de ombros e a puxou em direção as portas duplas novamente – Eu não poderia perder seu aniversário de dezesseis anos, poderia?

- Espere, Sesshy... – Ela parou a alguns passos da porta – Eu não quero entrar lá novamente... Não agora...

- Bobagem, Rin. – Sesshoumaru olhou para a garota com um pequeno sorriso nos lábios – Não há nada lá que você deva temer.

- Eu não me sinto bem lá... – Ela baixou a cabeça desanimada – Não deveria ter aceitado uma festa assim... Mas, meus pais insistiram tanto...

- Não pode fugir para sempre, Rin. – O rapaz apertou a mão dela tentando lhe passar confiança – Você está crescendo, não pode ficar se escondendo das pessoas desse modo.

- Eu sei, mas... – Ela olhou através das portas de vidro – Eu não pertenço a isso, Sesshy... simplesmente não me encaixo no meio de todas essas outras pessoas...

- Por que pensa assim?

- Elas são tão mais bonitas e sofisticadas do que eu... – Ela baixou a cabeça e olhou para o vestido rosa pálido – Nem ao menos notaram minha saída.

- Se você se esforça para não ser notada não pode culpar os outros quando isso se torna real, Rin.

- Acho que você tem razão, mas... – Ela levantou a cabeça e olhou para o rapaz a sua frente – Isso não me convence a entrar novamente.

- Quer dizer que fiz essa viagem à toa?

- Como assim?

- Eu deixei meus estudos apenas para vir até aqui e dançar com você em seu aniversário, mas se não quer entrar...

- Vai dançar comigo? – Ela perguntou sem esconder o espanto e baixou a cabeça embaraçada ao ver o sorriso nos lábios dele.

- Eu tinha essa intenção, mas você prefere se esconder dos convidados...

- Vamos entrar agora! – Ela segurou o braço dele e o puxou para dentro do salão ignorando a risada dele.

- Quer dizer que só estava precisando do estimulo certo... – Ele sorriu ao ver o rubor se intensificar no rosto dela enquanto a enlaçava – Fico feliz ao saber que sou o bastante para que você enfrente seus medos.

- Você é a razão para que meus medos desapareçam...

Sesshoumaru apenas sorriu e a abraçou mais forte enquanto os corpos se moviam lentamente no ritmo da música.