quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Periódico

Cada momento que passa funde uma peça da nossa engenharia. O que circula, leva e trás, o que se esvai, é reposto. Pra viver daqui pra frente, só sabendo mais do ontem e, pra saber do ontem, aguardar.

Esse mundo doce, plácido e com alma, é pra quem, sente.

Bate à minha porta, logo que nasci, um senhor de camisa branca, dá-me um maço de folhas, um abraço e vai. Pra onde, não sei. E esse feixe tinha uma peguena inscrição no canto direito, bem lá em cima - Guia da Vida. Apenas um punhado de folhas, folhas em branco.

Certo dia estive remexendo uma velha caixa de badulaques, encontrei aquele alfarrábio que, diferentemente do restante dos papéis que lá estavam, continuava branco, limpo e não tinha nenhum marca de traças. Uma coisa que me chamou a atenção foi o fato de muitas das folhas, atadas por um cordão de linho, como me foram entregues, estarem escritas. Escritas à mão.

Acabei por ler tudo aquilo, minha curiosidade me instigou. Tudo, até aquele momento, ali estava.

Hoje, com muito mais coisas por ali, o guia tem suas melhores páginas sendo escritas. Quando este de nada me servir, naquele ultimo instante, estará novamente em branco e pronto pra ir pras mãos de mais um andarilho.

Um comentário:

Anônimo disse...

Poxa, sinto falta de suas prosas...faz tempo que nao escreve...onde está a publicação de dezembro? Faz o favor, coloque logo um pouquinho de suas belas frases para seus admiradores...viu? hehe desde já espero com tamanha ansiedade.
Beijo.