Pensando sobre o que faz me bem e o que me faz mal, vi minha saúde indo e vindo, pra lá e pra cá, como um pássaro ao fim de tarde. Por que precisamos nos preocupar tanto com o bem-estar e o bom funcionamento do nosso corpo? Não seria mais fácil vivermos sempre com um pouquinho a mais, sem nos preocupar com a balança, colesterol, triglicerídios, pressão sanguínea, ateromas e afins? A escravidão do dia-a-dia-frenético-sedentário é o Lenin dos dias de hoje e a balança é Stalin botando em prática o primeiro.
Tempos atrás, quando não existia
wafer, chips, hamburger e
fast-food, se vivia em paz consigo mesmo.
Tempos adiante, quando quando alface for obejto de museu, arroz integral for apenas tema de tese de doutorado, grama for artigo sintético destinado a animais herbívoros, os ninhos dos pássaros forem feitos em árvores plásticas e não se saber o que é chicória, almeirão, pequi e tantos outros, perguntarão a um homem remanescente de outros tempos, morador de uma casota, que comeu cenoura sem ser coelho e não conheceu banana-nanica na literatura, como era a vida sem sobrepeso, infarto aos 40, boa circulação e sem problemas de pulmão.